A cidade de São Paulo tem a honra de receber novamente o Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes. O último congresso da SBD aqui realizado, aconteceu em 1993 sobre a presidência do Prof. Antônio Roberto Chacra. Naquele ano, o conhecimento sobre a fisiopatologia do diabetes tipo 1 e 2 começava a se consolidar e possibilitar toda a inovação do tratamento e o entendimento que temos do diabetes hoje.
Na esfera do tratamento, a indústria farmacêutica se preparava para o lançamento de uma nova sulfonilureia e do primeiro análogo de insulina ultrarápida, uma revolução em matéria de conforto e segurança para o tratamento do diabetes tipo 1. Também aprendemos que o controle intensivo da doença era fundamental na prevenção das complicações com a publicação do DCCT e depois, em 1998 do UKPDS.
Além das novas armas para o tratamento da doença, nós médicos começamos a ver velhas medicações com outros olhos. O grande exemplo foi a Metformina, que em 1994 foi aprovada pelo FDA e seu uso passou a ser mais rotineiro. Também era novidade o uso de insulina NPH ao deitar, até então algo impensável.
Após 24 anos, muita coisa mudou. O conhecimento sobre a doença, novos tratamentos e principalmente a combinação deles fazem com que estejamos perto de uma nova especialidade no Brasil: a Diabetologia. Tudo isto só aconteceu porque a ciência básica avançou de uma forma muito importante e hoje colhemos este fruto. É isto que o XXI Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, através de sua comissão científica e executiva, pretende trazer para os profissionais da saúde que frequentarão nosso evento. Como chegamos até aqui, o que podemos manejar as novas e tradicionais classes de medicamentos e para aonde vamos nos próximos anos, sem nunca esquecer de trabalhar pelo nosso bem maior o paciente com diabetes, através da discussão de políticas públicas que poderão fazer com que todos possam ter acesso ao melhor tratamento.
Dr. João Eduardo Nunes Salles
Presidente